1 a liturgia cartusiana
Cuando os Cartuxos se congregam para a Liturgia a unidade da família cartusiana consuma-se em Cristo presente e orante. As vigílias nocturnas ocupam lugar privilegiado na sua vida, ao modo das sinaxis dos antigos monges. Na liturgia a humilde oblação da sua vida religiosa no deserto é assumida por Cristo no Espírito para a glória do Pai.
O ideal da nossa vocação consiste principalmente
em nos dedicarmos ao silêncio e á solidão da cela. Esta é a terra santa onde o
Senhor e o Cartuxo conversam frequentemente como dois amigos. Por isso
consideramos a cela tão necessária à nossa vida como a água aos peixes e o
redil às ovelhas. Quanto mais permanecemos na cela, mais gostosamente nos
sentimos, ocupados ordenada e proveitosamente em salmodiar, orar, ler, escrever
ou trabalhar. Ali escutamos tranquilamente a voz do coração, para permitir que
Deus entre nele.
O monge, sujeito à lei divina do trabalho,
foge da ociosidade que, segundo os antigos, é inimiga da alma. Por isso aceita
com humildade e alegria todos os trabalhos impostos pelas necessidades duma
vida pobre e solitária, ordenando tudo à contemplação de Deus, à qual está
inteiramente consagrado. Os Irmãos trabalham atendendo às necessidades da
Comunidade, em companhia de Jesus, o filho do carpinteiro, procurando assim que
a criação inteira concorra para a glória de Deus, e o homem todo participe na
obra da redenção.